Quais são as juventudes que vivem em Porto Alegre hoje? Quem é que tá na escola? Quem tá na universidade? Quem tem o sonho de entrar? A juventude tá no corre do dia a dia, estamos nas bikes de entregas, no comércio, no telemarketing, no estágio, pegamos o busão lotado e pagamos caro por ele. Somos parte ativa da construção da cidade, mas somos invisíveis aos olhos daqueles que insistem em achar que a nossa existência se resume a isso, que nos enxergam somente nas páginas policiais (como delinquentes, mesmo que sejamos nós, os jovens, as maiores vítimas da violência urbana).

Somos nós, jovens, que sofremos com o desemprego, com o racismo que mata um jovem negro a cada 23 minutos no nosso país, com a violência policial, a negação dos espaços, da nossa liberdade de expressão e do nosso direito de ir e vir pela cidade. Somos nós os primeiros a serem atingidos com a insegurança e com a falta de perspectiva de futuro. Mas também somos nós que não aceitamos que esse seja o lugar que nos é determinado na cidade. Somos nós que também vivemos o nosso presente e construímos um futuro, que produzimos espaços de resistência, cultura, arte e que sonhamos com uma outra realidade.

E somos muitos! Para ampliar a nossa voz em Porto Alegre, o mandato coletivo implementou a frente parlamentar Juventude viva, um espaço para a discussão e construção de políticas públicas de combate a violência e geração de oportunidades para os jovens de Porto Alegre, a partir de um processo de escuta ativa em diferentes pontos da cidade.